Friday, 26 de May de 2023 Voltar

Recuperação pós-incêndio foi tema de segundo dia de Seminários Técnicos

incendio no parque estadual de aguas da prataCom o compartilhamento de experiência de Municípios brasileiros e portugueses na recuperação de áreas atingidas por incêndios, os Seminários Técnicos da Confederação Nacional de Municípios (CNM) abordaram o papel importante das administrações locais no trabalho após a ocorrência de incêndios. O debate foi coordenado pelas áreas Internacional e Defesa Civil da entidade.

A assessora técnica do Projeto InovaJuntos Thais Mendes fez a mediação do debate e lembrou a todos da importância do tema. “Por meio do InovaJuntos, a gente incentiva a cooperação por meio de boas práticas. Isso envolvendo Municípios brasileiros e internacionais. E por meio de uma parceria com a área técnica da CNM, nosso objetivo é apresentar essas boas práticas a todos os Municípios brasileiros”, destacou.

O prefeito de Capitólio (MG), Cristiano Gerardão, compartilhou a experiência de gestão que tem adotado em seu Município. “Nós temos uma situação peculiar, pois temos uma rodovia que corta Capitólio e nós temos o cerrado como vegetação, que é rasteiro e acaba, naturalmente, tendo focos de incêndio. O último grande incêndio que nós tivemos foi em 2019, em que atingiu uma área de preservação, onde temos um parque. Nós adotamos então, em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), um trabalho de aceiros, de prevenção”, comentou.

Com a visão de um Município que tem a economia voltada para a ecologia e turismo de natureza, o secretário de meio ambiente, agricultura e abastecimento de Águas da Prata (SP), Igor Benevides, contou que a gestão buscou na própria natureza. “Nós resolvemos investir no replantio de espécies nativas, o que provocou uma regeneração natural das áreas atingidas. Além disso, produtores rurais também nos ajudaram, com o plantio de árvores perenes. Com a cobertura vegetal regenerada, nós conseguimos recuperar toda a área atingida pelos incêndios”, compartilhou o secretário.

Apresentando uma experiência internacional, o técnico coordenador do Agrupamento de Baldios da Serras do Gerês, Tiago Monteiro, tratou do trabalho desenvolvido em pequenas localidades. “Nós temos mais de 90% de nossa área em um parque, que é o Parque Nacional de Peneda-Gerês, e o que podemos falar é que é preciso ter atenção às necessidades e conhecer o próprio território. Nossos maiores incêndios ocorriam em áreas de pastagens e passamos a adotar alguns passos, que vão desde a identificação do local até a recuperação. Por fim, no pós-ocorrência, além da avaliação aprofundada dos impactos, trabalhamos a sinalização das florestas e construímos abrigos para os animais”, disse.

A analista em meio ambiente da CNM, Jomary Maurícia, fez uma apresentação aos gestores participantes destacando o impacto dos incêndios na natureza. “Nós vimos as experiências de três locais diferentes, que são Capitólio, Águas da Prata e também de Portugal e o caminho que o gestor deve seguir é este. Investir na recuperação florestal, plantio de mudas que podem se adaptar e na eliminação de produtos inflamáveis deste meio. Sabemos que isso envolve custo e é muito caro para o Município essa recuperação”, apontou.

Defesa civil
Quando o assunto é a gestão de incêndios, os Municípios são os principais responsáveis, pois a maior parte dos desastres ocorre em territórios municipais. O analista técnico em defesa civil da CNM, Johnny Amorim, lembrou a importância de recursos para a prevenção. “Quem dá o primeiro combate na ocorrência de um sinistro é o Município. E ele, muitas vezes, não dispõe de um recurso para suprir todas as necessidades da população”, alertou.

Para auxiliar os Municípios, a CNM apresentou alternativas por meio dos consórcios públicos. A consultora da entidade para o assunto, Joanni Henrichs, destacou que esse é um instrumento de gestão. “Os incêndios, muitas vezes, acabam extrapolando o território de um Município apenas. Com isso, aqueles que são consorciados ou que podem vir a constituir um consórcio, podem trabalhar de forma a reunir recursos para este fim”, ressaltou.

Ao final desta edição, os participantes responderam a diversas perguntas dos gestores.

Foto: Governo de São Paulo

Da Agência CNM de Notícias

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