Thursday, 04 de May de 2023 Voltar

Seminários Técnicos trazem boas práticas em telemedicina para melhor atendimento médico nos Municípios

04052023 Seminario tecnico TelemedicinaA telemedicina passou a ser realidade em muitos Municípios para conseguir chegar a toda a população de forma remota e prestar um primeiro atendimento de qualidade. Com o objetivo de orientar os gestores municipais sobre o tema, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) promoveu um Seminário Técnico nesta quinta-feira, 4 de maio, com colaboradores da entidade e especialistas convidados.

Iniciando a temática, o consultor em Saúde da CNM Cleones Hostins trouxe um panorama da Saúde no país desde a criação da Constituição Federal, em 1988, reforçando que há lacunas que até hoje não foram supridas. “Entre eles o de garantir o acesso universal, a integralidade do atendimento, para garantir acesso e um atendimento completo. Como equilibrar um ambiente com várias lacunas e ao mesmo tempo tendo um sistema que está se desenvolvendo tecnologicamente mais rápido?”, frisou.

Logo em seguida, gestores de diversas localidades e com diferentes necessidades apresentaram boas práticas de ações em telemedicina implementadas nos Municípios. O primeiro deles foi o prefeito de Florianópolis (SC), Topázio Silveira Neto, que trouxe a experiência do Alô Saúde Floripa, reconhecido em primeiro lugar no Índice de Eficiência no Enfrentamento à Pandemia.

A solução já havia sido desenhada e estava pronta para ser implementada, o que iria acontecer em março de 2020. Só que antes, em fevereiro, o país se deparou com a pandemia da Covid-19. Desta forma, os gestores adaptaram toda a iniciativa à situação da pandemia. “É uma central de atendimento 0800 ou através de um aplicativo no celular onde há interação com a central e acesso a profissionais, que hoje são mais ou menos 55 pessoas, todos auxiliares de enfermagem ou enfermeiros. Se eu não tivesse esse serviço, o cidadão ia precisar ir ao posto de saúde buscar essa informação”, finalizou.

Indo na mesma direção, o Município de Lages (SC) criou o Saúde na Mão, um aplicativo que vai fazer este primeiro atendimento ao cidadão, sem a necessidade de que ele vá ao posto de saúde ou à Unidade Básica de Saúde. Entre os desafios da localidade, segundo o secretário municipal de Saúde de Lages, Claiton Camargo de Souza, estava o de buscar atendimento especializado. “Implementamos o case com casos de neuroconsultas. No mês de setembro eram 2.930 pessoas na fila de espera, conseguimos uma oferta mensal de 65 teleconsultas. Iniciamos o processo criando sala de teleconsultas na policlínica, num ambiente com profissionais de enfermagem dando assessoria. E o profissional entrava através da teleconsulta, sendo orientado, presencialmente, pelo enfermeiro ou técnico em enfermagem”, completou.

Com uma população morando à beira do rio e com dificuldades de se chegar até a população de forma rápida, o prefeito de Manaquiri (MA) e 5º vice-presidente da CNM, Jair Aguiar Souto, fez um vasto investimento em tecnologia para conseguir chegar a esses locais através da teleconsulta. Além disso, buscou apoio no Hospital Albert Einstein para capacitar os profissionais. “Precisamos de uma rede capacitada, completa e preparada para esse primeiro atendimento. Nós contamos com médicos de fora, por isso a necessidade de se fazer uma boa triagem deste paciente. Se não fizermos um trabalho extraordinário de uma boa triagem, vamos perder tempo” finalizou.

Consórcios e desafios no SUS
Alternativas para os Municípios implementarem o telessaúde por meio de consórcios públicos intermunicipais foram apresentadas aos participantes pela diretora executiva do Cisnordeste, Ana Maria Groff Jansen. A convidada explicou que, além de reunir ações conjuntas dentro do próprio consórcio para atender às necessidades de todos os Municípios, o projeto que ajudou a implementar o telessaúde também esteve focado em uma espécie de “união de outros consórcios” da área da saúde.

Com isso, foi possível diminuir os gastos dos Municípios tanto de grande quanto de pequeno porte. “Os consórcios são ferramentas de trabalho resolutivas. Os serviços são contratados de uma empresa em razão das particularidades do objeto, o fluxo de atendimento, a tecnologia utilizada e a gestão do contrato, de maneira integrada. Todos os Municípios têm a mesma potencialidade, independentemente do seu tamanho. A união de esforços torna todas as necessidades possíveis de serem alcançadas”, destacou ao fazer referência à economia que ultrapassou o índice de 50% nos custos de implantação do Telessaúde.

Em seguida, a diretora de Telemedicina e Saúde Digital e Membro da Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde (ABTms), Renata Zobaran, destacou os desafios da telessaúde no Brasil para o Sistema Único de Saúde (SUS). A palestrante enfatizou entre os principais obstáculos a demanda reprimida de pacientes por conta da pandemia e apresentou alguns casos de sucesso em que foram fundamentais para viabilizar o atendimento remoto nos Municípios.

“Conseguimos de forma eficiente atender e acolher a população em vários eixos. A grande alquimia da saúde digital será realizar inovação tecnológica com humanização. A tecnologia é o meio e as pessoas a razão”, concluiu ao explicar a importância de promover o atendimento virtual na rede de saúde, mas sem deixar de lado a mesma atenção que deve ser oferecida ao paciente no atendimento presencial.

Ao final das apresentações, os participantes esclareceram dúvidas com os colaboradores da CNM e convidados. Confira a agenda das próximas edições dos Seminários Técnicos.

Da Agência CNM de Notícias

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